Nascida em Santa Bárbara d’oeste — interior de São Paulo, a fotógrafa especialista no acompanhamento fotográfico de gestantes e bebês, Priscila Leme, recebeu com muito carinho a revista News Lifestyle para contar os detalhes da sua trajetória e carreira, numa entrevista muito emocionante.
Nesta entrevista exclusiva, conhecemos os detalhes do seu estúdio fotográfico que fica localizado em Sacavém — distrito de Lisboa. Priscila, sendo brasileira e vivendo em Portugal, contou como foi mudar de país e como vem consolidando a sua carreira na fotografia e tornando-se referência.
Abrimos também um espaço para conhecê-la enquanto pessoa, mãe e esposa e, como ela concilia a Priscila mãe e empresária aos 29 anos.
PRISCILA, COMO A FOTOGRAFIA ACONTECEU NA SUA VIDA?
(Priscila Leme) “Tudo aconteceu em 2012, o meu primeiro trabalho dentro de um estúdio de fotografia foi como recepcionista. Depois convidaram-me a mudar para a área de marketing, onde eu captava novos clientes. Após 1 ano e meio me surgiu o interesse em fotografar, eu observava o fotógrafo, observava as produções e isso me deixava fascinada. Porém, o espaço era limitado e não nos deixava aprender. Eu queria saber mais, queria ir além daquilo.
Então eu conversei com a minha gerente sobre iniciar um curso para aprender um pouco mais sobre a fotografia o que não a agradou muito, por querer aprender fora dali. Nesse momento eu comprei a minha primeira câmera e o meu primeiro computador e decidi trabalhar com isso. Embora eu não poderia inicialmente viver daquilo, comecei então a fazer eventos na noite, sessões de família e outras pequenas sessões.”
QUEM ACOMPANHA O SEU TRABALHO NAS REDES SOCIAIS, SABE O CUIDADO E O CARINHO COM QUE VOCÊ EXPRIME CADA SESSÃO. COMO FOI ESSE PRIMEIRO CONTATO COM AS GRÁVIDAS?
(Priscila Leme) “Durante esse meu trabalho no estúdio eu conheci muitas pessoas e histórias de pessoas. Por alguma razão — que eu entendo hoje — eu sempre me conectava muito com mulheres grávidas. Na época eu não era mãe e nem sonhava em ser. Mas de alguma forma, conhecer todo o processo até elas chegarem ali, me conectava a elas. Então eu comecei a fotografar grávidas. Até que uma das minhas clientes começou a confeccionar os vestidos para as sessões e eu os alugava”.
Com as pequenas sessões e indicações, Priscila consegui montar o seu primeiro estúdio, numa salinha sub locada. Porém, só consegui o manter por um mês.
(Priscila Leme) “… Eu realizei em média umas 5 sessões profissionais nesse pequeno estúdio, mas precisei encerrar devido a questões pessoais. Com o meu primeiro estúdio encerrado, eu voltei a fotografar casamentos e pequenos eventos. Eu sempre quis ser referência e esse sempre foi o meu desejo e eu não poderia parar. Até que conheci o meu esposo, casamos e decidimos mudar para Portugal”.
A GENTE SABE QUE RECOMEÇAR DO ZERO É UM GRANDE DESAFIO, COMO FOI PARA VOCÊ ESSE RECOMEÇO?
(Priscila Leme) “Eu decidi continuar o meu trabalho com a fotografia em Portugal por não ter rede de apoio. Eu me tornei mãe e as coisas não foram fáceis, eu precisava de alguma forma trabalhar para mim. E como a fotografia já era o meu ramo de atuação no Brasil, eu procurei meios de conciliar a maternidade com o trabalho como fotógrafa. E foi a partir disso, que eu decidi reabrir o meu estúdio e voltar a trabalhar com a fotografia”.
E COMO FOI A CAPTAÇÃO DE NOVOS CLIENTES, AGORA NESSA NOVA FASE E NOVO ESTÚDIO?
(Priscila Leme) “Eu sempre mantive o meu foco em grávidas, e mudar para Portugal me motivou a querer fazer o meu nome aqui também, nesse seguimento. Porém, a diferença cultural pesou muito, por exemplo, o brasileiro gosta de realizar o acompanhamento fotográfico dos seus filhos, desde a gravidez. Já os europeus são mais reservados. Começar com grávidas em Portugal foi um grande desafio. Ainda mais por gostar de trabalhar a beleza natural das grávidas em especial, grávidas nuas.
Eu sabia que voltar a ter um público fiel ao meu trabalho não seria fácil. Mas eu tive o apoio meu marido, Mateus, que sempre foi o meu grande incentivador. Ele abraçou o projeto comigo, nos preparamos e nos organizamos financeiramente e hoje estamos aqui! Eu sou muito grata a ele, se ele não sonhasse comigo eu não sei se estaria onde estou hoje”.
QUEM TE ACOMPANHA DESDE O INÍCIO SABE QUE A QUALIDADE DO SEU TRABALHO HOJE, MUDOU! CONTA PRA GENTE COMO FOI ESSE PROCESSO DE APRENDIZADO E QUAIS MEIOS VOCÊ USOU PARA ELEVAR AS SUAS PRODUÇÕES?
(Priscila Leme) “Quando eu comecei na fotografia eu não gostava de editar e para mim era um bicho de sete cabeças, porque quando a gente não sabe uma coisa é mais fácil dizer que não gosta que assumir que não sabe. Eu fiz cursos de Photoshop no Brasil, mas não o dominava. Quando a gente decidiu montar um novo estúdio eu percebi que eu precisava de evolução, eu precisava melhorar a minha fotografia no geral.
De 2021 até o momento, foram em média, cerca de 16 / 17 cursos de edição e fotografia + workshops de newborn, acompanhamento criativo e o que mais gosto de fotografar, grávidas! Hoje eu evoluí não só em conhecimento, mas em estrutura também! O tipo de material que você trabalha diz muito sobre o resultado final do seu trabalho.
No início de tudo, eu comecei com poucos equipamentos. Só tinha com uma câmera semi profissional, uma luz (led), um soft box e alguns tripés. Hoje em dia a estrutura que eu ofereço e o resultado final do meu trabalho diz muito sobre quem eu fui ao passado e sobre quem eu decidi e quero me tornar”.
A FOTOGRAFIA SEMPRE FEZ PARTE DAS NOSSAS VIDAS. MAS COM O AVANÇO DAS NOVAS TECNOLOGIAS, COMO VOCÊ ENXERGA A FOTOGRAFIA DAQUI A 10 ANOS?
(Priscila Leme) “Por mais que exista o avanço da tecnologia e agora a inteligência artificial, nessa era digital a fotografia sempre vai ter o seu lugar no mundo e no mercado. Cada cliente meu, não é só mais um cliente. Eu gosto de capturar a essência daquele momento, é muito além do só clicar… coisa que uma inteligência artificial jamais conseguirá capturar. Eu acredito que daqui a 10 anos, o profissional de fotografia vai ter o seu lugar, porém, esse mesmo profissional vai ter que se atualizar. Para acompanhar o crescimento tecnológico.
Antes o que tínhamos era o analógico, depois passamos para o digital, trazendo mais facilidade. A gente faz parte dessa evolução e precisamos acompanhá-la. O que eu gosto de trazer para o meu trabalho são as criações e efeitos práticos, tornar cada composição única, cada cenário único. Dar ao meu cliente uma experiência palpável, para que eles se sintam realmente parte daquilo”.
PRISCILA MÃE, PRISCILA ESPOSA E PRISCILA EMPRESÁRIA. COMO VOCÊ SE VÊ DAQUI PARA FRENTE?
(Priscila Leme) “Eu sou uma sonhadora, tudo o que a gente idealiza de alguma forma a gente atrai… a minha meta pessoal daqui a 5 anos é ser referência na Europa como fotógrafa, tanto de gestante quanto de bebês. Eu quero ter esse reconhecimento. Após toda essa experiências que venho adquirindo eu me vejo realizando workshops para pessoas que assim como eu, se apaixonaram pela fotografia e decidiram começar ou recomeçar. Eu realmente quero me ver como referência e ser reconhecida. O que faz saber que eu estou no caminho certo é quando um cliente que vem fechar a uma sessão comigo, usar como exemplo as minhas próprias fotografias”.
“…Ser mãe é uma dádiva, tudo recomeçou por ele! Foi por causa do meu filho, Dom. E enquanto esposa eu posso dizer com toda a certeza que eu tenho o melhor parceiro do mundo e o sucesso sem ele não existiria. A nossa família é tudo o que eu sempre desejei e somos imensamente felizes do jeito que somos” (Priscila Leme).
O trabalho da Priscila Leme reflete o amor. Ela captura um dos momentos mais importantes da vida, a gestação de uma nova vida! Obrigado por dividir um pouco da sua história com nossos leitores.
Escrito e revisado por Rodrigo Biozzi.
